Guerreiras? Frágeis?
Nas campanhas, evite associações ao estigma da “mãe guerreira que aguenta tudo”. Isso não é homenagem. É romantizar a sobrecarga.
Evite a associação à fragilidade, ao poço de amor incondicinoal, que são imaculadas. Mulheres são plurais, complexas, podem ser muitas coisas, cheias de potência, sonhos, quereres.
Números não mentem
Antes dos bebês saírem das fraldas, metade das mães já terá sido demitida.O estudo é da FGV.
Enquanto a renda dos homens cresce ao se tornarem pais, a das mulheres fica menor. IBGE tem estudos sobre isso e há estudos publicados no The Economist.
Na hora do presente
Atenção para o que o mimo possa representar. Que tal ir além das panelas, panos de prato, florzinhas…
Não reforce estereótipos que reduzem a mulher ao papel de cuidar e às tarefas do lar.
Mães também são plurais
Tem mãe de todo jeito!
Atenção à representação nas imagens e na narrativa – há mães negras, com deficiência, em relações homoafetivas, 40+, de diversas religiões, de diversos tamanhos corporais.
Cuidado com a histórica única!
Dia da família?
Nas escolas, há um movimento para celebrar o Dia da Família em substituição ao dos pais e das mães. E faz todo sentido!
Mas o comércio ainda vai manter por muito tempo – e por óbvias razões – a data para as mães e para os pais. Os ganhos para o comércio são expressivos.
É uma oportunidade de ouro para criar campanhas para combater a desigualdade de gênero e o impacto na renda das mulheres.
Na liderança das casas – e da grana!
Em 2022, 49% dos domicílios brasileiros tinham chefia feminina, segundo o IBGE.
São 11 milhões de mães solteiras e chefes de família. Destas, 62% são negras.
É muita casa sendo carregada nas costas por mulheres!
Trabalho invisível
Nahla Valji, que foi conselheira da ONU, diz que “a economia formal só é possível porque é subsidiada pelo trabalho não remunerado das mulheres”.
O trabalho do cuidado – com crianças, com idosos, com pessoas com deficiência, ao cozinhar, limpar – é desvalorizado e pior, romantizado! Sobrecarga não é prova de amor.
É hora de vender!
É uma data muito importante para o comércio e para o setor publicitário.
Mensagens com um bom roteiro e que não reproduzam estereótipos não são só para grandes orçamentos.
Seja na campanha de um pequeno comércio local ou para um grande varejista nacional, um bom profissional deve ter o cuidado para que a peça valorize as mães e respeite a diversidade.
Pode ser uma data sensível
Sensível mas de um jeito ruim. Talvez pelo luto, por abusos, por perdas gestacionais.
Mulheres “tentantes” – que ainda não são mães mas desejam muito – podem ter gatilhos emocionais ao ver campanhas com bebês.
Marcas cuidadosas têm perguntado à sua base se é de seu interesse receber promoções nessa data. Isso sim é conhecer e cuidar da sua audiência!
Feliz Dia das Mães e sucesso nas vendas!